A dança é uma forma de educação. É um instrumento capaz de levar a juventude a aceitar as regras de convívio democrático e de preparar as novas gerações para o altruísmo, o culto a riquezas nacionais, etc.
Se tratando desses instrumentos, encontra-se o Hip Hop, que é um grande movimento ideológico, no qual englobou os clássicos elementos: dúsica (Rap), dança (Break Dance), artes visuais (Grafitte) e a figura do Dj. A junção destes elementos forma todo este fantástico movimento, rico em cultura e ação social.
O estudo sobre a nomenclatura e ramificações da dança começa a ser desenvolvido no final dos anos oitenta e no Brasil essas informações chegam bem depois. Assim, os dançarinos começam a copiar e repetir os movimentos, elaborando formas de dançar em duplas, trios, grupos, em rodas, mesmo sem ter conhecimento, alguns gestos vão se tornando comuns e característicos da dança de rua, como a expressão, a posição do cavalo, movimentos de força, luta, adquirindo uma linguagem própria.
O conjunto de estilos de dança de rua recebe o nome de Street Dance; este estilo se desenvolve com a realidade gestual do individuo, por meio de movimentos coordenados e harmoniosos, o que faz do corpo uma forma de comunicação.
Diferente do Street Dance, o Hip Hop utiliza-se das danças conhecidas como, Harlem Shake, Happy Feet, Monastery, etc, enquanto o Street Dance, além desses, se utiliza também das linguagens corporais do jazz, dança contemporâneo e outros movimentos conhecidos pelo corpo do dançarino e do coreógrafo. Em outras palavras, o Hip Hop é um estilo de dança mais dinâmico, já que este veio de festas, enquanto o street dance veio das academias e limita-se mais as coreografias.
Uma das grandes características do Street Dance, vinculada ao Hip Hop, é a improvisação, algo momentâneo e que acontece com mistura de linguagens corporais como a encenação teatral, a mímica e a dança.
A improvisação e o humor foram elementos que se consolidaram nesse estilo das danças urbanas. O desafio e a provocação também eram utilizados pelos praticantes da dança, como uma forma de duelo – uma batalha de movimentos. Nem sempre havia um vencedor ou a preocupação com que houvesse. O interessante era o jogo entre os dançarinos, um jogo de pergunta e resposta em que o movimento é o vocabulário utilizado.
A Dança de Rua é um rótulo que a mídia propagou para se identificar os estilos de dança que surgiram nos guetos americanos, muita gente pensa que Dança de Rua é um único ritmo de dança. O termo Street Dance (dança de rua) também é usado por apresentar os diferentes estilos da dança, conhecidos como Funk, Locking, Popping, Breaking, Hip Hop Freestyle, House Dance, e Krump, assim como as suas subdivisões.
Atualmente, o fenômeno cultural, conhecido como Dança de Rua, está presente nas mais diversas camadas sociais, ocupando um espaço significativo dentro do amplo panorama da cultura brasileira, principalmente devido à visibilidade que vem obtendo na mídia. Tendo em vista que nos últimos anos os grandes festivais de dança nacionais sedem um espaço somente para a cultura Hip Hop, como o Festival de Dança de Joinville, que oportuniza um local denominado Encontros das Ruas.
A essência da dança de rua é o “feeling”, o sentimento, como a música toca dentro de você, ao ouvir você começa a se mexer. É importante fechar os olhos e sentir a música, a mecânica, às vezes, impede de sentir a música, por mais que o movimento esteja errado, ele precisa partir de dentro, quanto mais sentimento você coloca, mais natural ele vai ficando e mais sentimento vai levando para outras questões do cotidiano, ao cumprimentar alguém, ao andar na rua, ao observar alguém entrar, vamos fazendo outras leituras.
Camila Lima Hilsendeger - Professora do Núcleo Artístico Brillinger na área de Danças Urbanas
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